quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Pacientes infartados correm risco de morte devido falta de repasse do Estado para Parnaíba



O vereador e jornalista Carlson Pessoa foi procurado por familiares de pacientes e profissionais da área de saúde em Parnaíba que lhe relataram um momento extremamente delicado que a área cardiológica do município está enfrentando. A Secretaria Estadual de Se Saúde (Sesa), que tem como gestor da pasta o ex-prefeito de Parnaíba, Florentino Neto (PT), desde outubro do ano passado não estaria repassando o pagamento de hospitais e clinicas, e assim os profissionais das mesmas ficam também sem receber. Com isso, cirurgias estão temporariamente suspensas na cidade que é a única depois de Teresina a realizar tais procedimentos.




















Pelo protocolo normal, ao paciente chegar infartado ou com princípio de infarto no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), após confirmação do quadro clínico via eletrocardiograma, imediatamente a vítima é encaminhada para o SPMIP(Hospital Maternidade Dr. Marques Basto) a fim de ser submetida aos procedimentos cirúrgicos, como cateterismo ou implantação de um stent, anel colocado para desobstruir uma artéria coronariana entupida. Após a intervenção cirúrgica, o paciente precisa ficar 24 horas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sob observação devido a alta complexidade do procedimento. Todas estas etapas são custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, há quatro meses o Governo do Estado não arca com tal responsabilidade e, com consequência, o tratamento cardíaco no litoral está prejudicado, uma vez que as clínicas, hospitais e médicos se viram obrigados e paralisaram as atividades no dia 01 de fevereiro.
“Diante da crise em Parnaíba, pessoas estão morrendo infartadas no Heda, enquanto outros pacientes estão sendo levados desnecessariamente para Teresina”, afirmou um dos denunciantes.

Os pacientes estão sendo jogados literalmente em uma roleta russa, pois, além do transtorno de deslocamento até a capital em meio a um quadro clínico já bastante crítico, os pacientes infartados ainda precisam torcer para ter vaga tanto na ambulância, quanto vaga para a cirurgia e na UTI.

“Isso é gravíssimo. O secretário Florentino e o governador Wellington Dias precisam urgentemente resolver essa situação. As pessoas estão correndo risco de morte quando aqui o procedimento é feito de imediato. Levarei esta denúncia ao Ministério Público porque vidas estão em risco e os profissionais ficam de mãos atadas porque ninguém consegue continuar trabalhando com quase cinco meses sem receber”, assegurou Carlson.

Por Luzia Paula

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