![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJBlIuppD1tP4AKAV36g5SASg48cgR4viym0Iq-MR7WTuI2kWY1hVb75tvMOUJ8_cdkZpaob-RyBxTpEcAg2wGF9DEzV-xUvPDJjDRDf6ZlAW7xjb6GHkI_Vvj9lAG4GLa9Wkox8NTPg/s320/20171217_073827.jpg) |
Idosos chegaram a agonizar com sede e fome debaixo da tenda quente |
O Mutirão de Cirurgias Eletivas, realizado de 15 a 17 deste mês em Parnaíba pela Secretaria Estadual de Saúde, foi tumultuado em decorrência de uma série de erros, atrasos e atropelos. Logo no primeiro dia, duas viaturas da Polícia Militar tiveram que ser acionadas até o Centro de Parto Normal, anexo ao Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, para acalmar os ânimos. As cirurgias estavam marcadas para começarem às 9:00, no entanto, o médico, único cirurgião da equipe que ficou incumbido de operar 200 pacientes em três dias, chegou somente às 11:45. "Isso é um absurdo. Anunciam um Mutirão, mas contrataram apenas um médico para atender toda essa gente”, protestava uma idosa.
Por volta das 21:00, depois de terem que esperar o dia inteiro por longas 15 horas debaixo de uma tenda quente e sem almoçar, pacientes que haviam chegado às 6:00, foram informados de que seriam atendidos somente os primeiros 15 pacientes da fila restante e que os demais, cerca de 25, deveriam retornar no dia seguinte à fim de esperarem por uma possível desistência. Foi então que o clima que àquela altura já era tenso, esquentou de vez. Nervosos, parentes dos idosos passaram a exigir explicações acerca daquela situação que muitos passaram a denominar de "ultrajante", “humilhante” e “desumano". Inconformada, a filha de um dos pacientes chegou a ligar para a polícia, mas em resposta, ouviu que a "PM não atendia aquele tipo de ocorrência".
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzxGD-WyMc9zMRuZ6-0p9-tB4UgW3a8s4ZhCy8qAxQvlDEUXM4Iyxokji2MqhPkeNO9mIoo0NG4llEHelVRZpMzmailpKipnRFETn3YlevXHQvEp6hv8-CzaGkoLyaLgZgrc31xJkcDw/s640/25465708_1621989637866050_510899750_n+%25281%2529.jpg) |
Já era noite e muitos pacientes ainda nem tinham previsão de atendimento |
Nesse momento, de acordo com relato da jovem, o médico cirurgião saiu aos berros exigindo silêncio e ameaçando encerrar os procedimentos. Foi então que ele se virou para uma componente da equipe mandando chamar a polícia, que teria chegado em torno de 15 minutos, conforme relatos da população. Antes disto, porém, de acordo com testemunhas, teria ocorrido um desentendimento entre o médico e Neres Júnior, um dos coordenadores do Mutirão.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAWvoEQkvN6xTtodfoI4gspT6Y4S0hupMljyAEfKdWF7iXeQGoAkSKQdJ9zhxwFNhzrYbK_a3cJyfSdmejccTdFzRnlD8Jtcwi3pC4fS4VVJ6ns60ygX4KUKf4TNzBNYz4MH5o7kiThQ/s640/20171217_110148.jpg)
Contrariado com o caos instalado, o cirurgião cobrou de Júnior mais organização relatando que “não tinha estudado por vários anos nos Estados Unidos para passar por aquele tipo de constrangimento e que em toda sua carreira profissional jamais havia sido submetido a tamanha situação”. Finalmente, após muita confusão, o pai da garota foi levado para a triagem na sexta-feira e hoje (17), foi submetido a cirurgia de catarata. No entanto, diferentemente das cenas ocorridas durante os três dias, na abertura do programa e no encerramento, o secretário estadual de Saúde, Florentino Neto (PT), passeou tranquilamente pelo local, chegando a vestir um jaleco. O fato está estampado na página do político na rede social Facebook.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbcpYBqebKjdYbp2qssT4zBvDMVSp4rJjpO9tUm4JeTKqI2jR492ii_TFGgGuR07IGQKtcZCDeqtht1bQ0dWbCvJt_GxgDb-CQTrUiIQM2ss83Ob3l_5z83lkmngdeO9s5zZbPqYF2IQ/s640/25488701_1621569364574744_2127469106_n.jpg) |
Secretário de Saúde chegou a vestir jaleco cirúrgico. Fotos foram estampadas no final de semana no Facebook de Florentino |
“Me senti completamente humilhada e depois que eles disseram que iriam atender o meu pai, cheguei até a ficar com medo de propositadamente o prejudicarem porque naquela altura não dava para confiar mais em nada ali. Falei pra eles que agradecia pelo Mutirão e que entendia que humanamente era impossível atender todas aquelas pessoas, pois a equipe era muito pequena, mas queríamos o mínimo de respeito porque temos direito a saúde”, desabafou a jovem.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZMbdsdE5CSgSGRW0G7Lhxy4GAgUbeZbMp2OJxu2GpDCYPPJKqfEb6-HQZp2wOfaaLRY4a_N3IWfWdtRNB8lCNstVi-25ter5Xy9XQ77R3KC-vLcszgsIS6RhbF7JYUfzxowwzUSHigg/s640/25466073_1621499671248380_840693605_n.jpg)
Pacientes de Luís Correia tiveram prioridade máxima
Outra grande reclamação dos pacientes de Parnaíba foi em relação a diferenciação de atendimento entre eles e as pessoas enviadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Luís Correia. Os doentes de catarata de Parnaíba somente foram atendidos depois que o último paciente da cidade vizinha saiu do centro cirúrgico, gerando protestos e rumores a cerca dos arranjos camaradas feitos entre o prefeito de Luís Correia, Kim do Caranguejo e o governador Wellington Dias e o secretário Florentino Neto, ambos do PT e aliados políticos de Kim.