segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Gracinha Mão Santa recua e causa polêmica ao se aproximar do PT: Deputada usa mãe para justificar mudança de lado e atacar Ciro Nogueira


A deputada estadual Gracinha Mão Santa (Progressistas) está no centro de uma intensa polêmica política após declarações públicas que indicam seu apoio à reeleição do governador Rafael Fonteles (PT), contrariando de forma escancarada o discurso histórico de sua família, conhecida por críticas ferozes ao Partido dos Trabalhadores. A reviravolta causou estranheza entre aliados, eleitores e figuras da oposição, e parece ter colocado a parlamentar em rota de colisão direta com seu próprio legado familiar.

Diante da repercussão negativa, a deputada teria pedido à sua mãe, Dona Adalgisa — ex-primeira dama de Parnaíba — que publicasse um texto atacando o senador Ciro Nogueira (Progressistas), presidente nacional do partido ao qual Gracinha ainda pertence. A publicação também buscou justificar a recente guinada ideológica da deputada, tentando pintar Gracinha como vítima de uma suposta traição política por parte de Ciro.

A estratégia, no entanto, foi vista por muitos como um movimento desesperado para tentar conter os danos de uma escolha política controversa. Isso porque a deputada sempre se posicionou com firmeza contra o PT, usando inclusive palavras duras e até ofensivas contra os petistas. Em diversas entrevistas e pronunciamentos públicos, Gracinha chegou a afirmar que o PT representa "as portas largas da corrupção", expressão usada para enfatizar seu repúdio à legenda.

A mudança de postura não só revolta parte de sua base eleitoral, mas também escancara um rompimento com o pensamento de seu pai, o ex-prefeito Mão Santa, um dos mais duros críticos do petismo no Piauí. Mão Santa, aliás, ficou marcado por uma frase emblemática: “Na vida o ser humano faz três coisas só uma vez: nascer, morrer e votar no PT.” A declaração histórica reforçava sua convicção de que jamais voltaria a apoiar o partido, a quem ele repetidamente classificou como símbolo de corrupção e desgoverno.

A decisão de Gracinha, ao que tudo indica, caminha na contramão dessa herança política. O movimento de aproximação com o governador Rafael Fonteles e a possível ida ao MDB — partido do vice-governador Themístocles Filho — reforçam a percepção de que a deputada estaria se alinhando com o atual governo petista. Ela também tem mantido laços com o deputado Zé Santana, nome historicamente ligado ao grupo petista no Piauí, indicando que sua migração ideológica já está em curso.

Nas redes sociais e nos bastidores da política local, a pergunta que ecoa é: Gracinha traiu o próprio pai ou apenas revelou sua verdadeira inclinação política? A resposta, até o momento, parece mais próxima da segunda hipótese, com a parlamentar trocando os discursos inflamados contra o PT pela conveniência das alianças de ocasião.

Para muitos eleitores e aliados históricos, a decepção é inevitável. “Ela traiu o povo que acreditava nas palavras dela. Sempre nos fez acreditar que representava a resistência contra tudo isso que hoje ela está abraçando”, lamentou um apoiador de longa data, que preferiu não se identificar.

Com as portas do PT escancaradas e as janelas do MDB já abertas, a deputada parece ter feito sua escolha: abandonar o discurso rígido de combate à esquerda e seguir pelos caminhos mais largos da conveniência política. O que resta saber agora é se os eleitores seguirão com ela nessa nova direção — ou se ficarão presos às promessas de um passado que já não encontra eco nas ações da parlamentar.

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