quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Piauí tem déficit de 86% em peritos criminais

(Foto: O Dia)
Não existe crime perfeito, existe perícia mal feita”. A assertiva bastante utilizada pelos peritos criminais cabe perfeitamente à situação do Estado em termos de estrutura e de pessoal neste segmento da segurança pública. Atualmente existe um déficit de 86% no número de peritos criminais do Piauí. O Estado trabalha apenas com 18% do efetivo ideal.

Essa foi uma das discussões apresentadas no Encontro Meio-Norte de Peritos Criminais, em comemoração ao Dia Nacional do Perito Criminal, datado em 4 de dezembro.

“Nós temos apenas 56 peritos criminais, pouco mais de 40 médicos legistas e 8 odonto-legistas. As entidades ligadas aos direitos humanos e a própria Organização das Nações Unidas (
ONU) orientam que exista um perito para cada mil habitantes, então dá para perceber a discrepância. Deveríamos ter, no mínimo, oito núcleos, pois atualmente só temos em Teresina, Picos e Parnaíba, com um efetivo mínimo de 300 peritos”, explica Jorge Andrade, presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado do Piauí (Sindiperitos-PI).

Somando isto à estrutura desprivilegiada que esses profissionais possuem para trabalhar, muitas perícias de crimes cometidos em Teresina e demais municípios piauienses acabam sendo negligenciadas.

“A escassez de pessoal e a falta de estrutura inviabiliza determinadas perícias. Podemos exemplificar a questão do laboratório de DNA forense, que não existe aqui, e elucidaria crimes de ordem sexual. Tivemos um estupro coletivo em Bom Jesus que ainda não teve resolução porque o juiz requereu o exame, e não tivemos como fazer. Precisamos pedir favor a outros estados”, acrescenta o sindicalista.

Um dos palestrantes do Encontro foi o perito imaterial José Luiz, que afirma que a perícia não é apenas grafotécnica, mas também psicológica. “É um estudo feito para analisar vestígios psicológicos em crimes como homicídio e em situações de suicídio. Uma carta deixada por um suicida, por exemplo, pode explicar a situação e dar resolutividade ao caso”, conclui.

Por Lucrécio Arrais / Jornal Meio Norte

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