"O sentimento é de frustração e desvalorização", desabafam professores após o fim da greve

(Foto: G1)

77 dias de greve, diversos acordos não cumpridos por parte do Governo do Estado, alunos com o ano letivo e o aprendizado seriamente prejudicados e professores mergulhados em um mar de insatisfação e frustração. Assim se reiniciaram hoje (24) as aulas na rede estadual de ensino do Piauí. Por determinação da Justiça, os professores voltaram para a sala de aula sem terem os seus direitos integralmente atendidos e respeitados pelo governador Wellington Dias (PT), que inclusive, no início da semana, debochou dos educadores ao declarar na TV que “os professores do Piauí já ganham muito bem e não tem motivos para incitar greve”.

Foto: Divulgação Facebook

A redação do blog O Piauí conversou com alguns professores de Parnaíba que, assim como os outros colegas das demais cidades do Estado, estão completamente insatisfeitos e se sentindo impotentes com a forma resistente do governo e a desvalorização em relação ao trabalho deles.

Governador declarou na TV que professores já ganhavam muito bem e
classificou a greve como um "acidente"

“Wellington Dias desvalorizou muito a educação. Nossas escolas estão todas sucateadas e os professores são continuamente desrespeitados. Uma vergonha esse governo. Como educadora me entristeci muito com a greve, mas foi necessário fazer isso não somente por nossa valorização profissional, mas pelo bem dos próprios alunos, do nosso Estado”, desabafou uma professora que pediu para não ser identificada por medo de represálias.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Kassyus Lages, disse que a classe permanecerá em alerta quanto ao cumprimento por parte do governo em relação ao pagamento do retroativo, que deverá ser efetuado na folha de pagamento do mês de setembro. Com o longo período em que as escolas ficaram fechadas, o letivo deverá se estender até março de 2019.

Por Luzia Paula