quinta-feira, 24 de março de 2016

Policial gato deixa carreira de modelo para seguir profissão do pai

Diego Del Rio 'bomba' na web com fotos usando farda da Polícia Civil.
Investigador soma 56 mil seguidores no Instagram e quer ser delegado.
(Todas as fotos que fiz com a farda, foi por orgulho da profissão", diz Diego. (Foto Arquivo pessoal. Reprodução)

A conta no Instagram de Diego Del Rio não para de receber novas notificações de seguidores. Num primeiro momento é fácil deduzir que a popularidade do estudante de direito se deve exclusivamente à sua beleza. Afinal, não dá para ignorar os olhos verdes, o corpo definido, a barba bem aparada e o cabelo bem penteado. Mas a realidade é que Del Rio conquistou 56 mil fãs na rede social por ser um belíssimo policial civil.

Em Franca (SP), onde trabalha, Del Rio diz ser facilmente reconhecido nas ruas. A fama aumentou depois que um famoso blogueiro compartilhou na internet fotos do policial com o uniforme da corporação durante o trabalho. “Olha o policial da metralhadora”, diz aos risos ao contar sobre as cantadas que recebe.
As fotos chegaram a causar um mal estar entre os policiais, mas Del Rio afirma que a situação foi resolvida depois que ele mostrou que a intenção era a de enaltecer a função. “Foi pelo orgulho da profissão”.

Sonho sempre foi ser policial, diz o investigador Diego Del Rio (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)
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Mesmo encarando com naturalidade a câmera fotográfica, Del Rio descartou qualquer chance de ganhar a vida trabalhando como modelo.
Segundo o jovem de 28 anos, a paixão pela profissão vem de família, já que o pai é policial. "Meu pai sempre chegou em casa contando muita história e eu sempre tive essa coisa de ver como era a profissão do policial. Tenho tios e primos que também são policiais, então desde muito novo sempre tive interesse".



Antes de se decidir de vez pela carreira, no entanto, o jovem chegou a cursar publicidade e propaganda e foi aí que fez os primeiros ensaios como modelo. "Essa parte de carreira de modelo não me chamava atenção. Quando me convidavam, até por trabalho, por dinheiro, eu ia. Mas não era uma coisa que eu gostava tanto e iria atrás", diz.

Em 2009, ele participou da primeira etapa do concurso para ingressar na Polícia Civil e foi aprovado, dando início à realização do sonho. Atualmente, Del Rio atua como investigador da Polícia Civil em Franca e entre suas atribuições estão a prisão de suspeitos e o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Para Del Rio, são os dias imprevisíveis e o envolvimento com os casos que o estimulam a seguir a carreira.

"O legal do trabalho da polícia é esse fato de não ter rotina. É um trabalho muito dinâmico, cada dia é um dia diferente. Você tem dias com coisas com adrenalina, com emoção. Isso é o que eu mais gosto", diz.

Mesmo com integral dedicação ao trabalho, aquele flerte com a carreira de modelo de anos atrás parece não abandonar o rapaz. Ele sempre arruma um tempo para postar boas fotos no seu perfil no Instagram, seja arrumado para sair com os amigos ou durante o expediente.
(Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)
Justamente algumas dessas fotos durante o trabalho é que vêm rendendo ao policial alguns minutos de fama. Em fevereiro deste ano, um famoso blogueiro brincou com Del Rio ao postar algumas das imagens em sua conta e pronto. Bastou para que ele chegasse aos 56 mil seguidores no Instagram.

As fotos de Del Rio com o uniforme da polícia e com metralhadoras e revolveres em punho fazem a alegria das fãs, mas chegaram a causar um mal estar na delegacia em Franca. “Isso gerou uma polêmica, porque eu estava com arma na mão, estava com policiais ao fundo. Alguns policiais não gostaram, mas a maioria me apoiou”, diz.

De acordo com o investigador, os colegas passaram a aprovar as imagens ao considerá-las uma nova maneira de mostrar a Polícia Civil. “O pessoal achou que é válido, que mostra uma imagem nova da polícia, mais social e mais próxima da sociedade, ao invés daquela coisa truculenta, de inibir. Todas as fotos que eu fiz e que estava com farda da polícia foi pelo orgulho da profissão”, afirma.

Controlada a situação, ele se diverte com o assédio nas redes sociais. "Ficou engraçado. Eu saio aqui [em Franca] e as pessoas me reconhecem. Eu vou ao shopping e o pessoal me reconhece, fala 'olha o policial da metralhadora'", conta.

Não que ele já não estivesse acostumado a lidar com as cantadas durante o trabalho. “Acontece de a gente descer em algum bairro e ter mulheres na rua. Ao verem a viatura, elas mexem e falam coisas do tipo ‘Me prende, quero ser presa, sou bandida’”, diz.

Futuro na carreira
Por causa da popularidade, até mesmo alguns contratos de trabalhos como modelo começaram a surgir, mas o investigador tem grandes pretensões na carreira policial.

Cursando o terceiro ano da faculdade de direito, ele quer ser delegado. Para ele, ser policial civil não é uma tarefa para qualquer um. “Você tem que nascer policial, não é para qualquer um gostar do que você está sujeito a fazer. 

Trabalhar às vezes fora de hora, correr atrás do que ninguém quer ir atrás. É uma coisa de que eu gosto, com que me identifico e não me imagino fazendo outra coisa”, afirma.

Por Gabriela Castilho, do G1



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